sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Olho eletrônico


Nesta semana em uma das minhas aulas de óptica, sobre o olho humano, surgiu uma discussão sobre o uso de sensores de câmera digital, acoplado eletronicamente ao cérebro, para a geração de imagens para pessoas cegas.
A grande dificuldade neste tipo de aplicação seria a ligação dos sensores eletrônicos aos neurônios, mas acredito que um dia isto será possível.
Coincidentemente na edição desta semana da revista NATURE saiu uma matéria sobre o desenvolvimento do olho eletrônico:
A seguir a matéria a respeito deste trabalho na revista da FAPESP:

7/8/2008

Agência FAPESP – Em uma das cenas mais memoráveis de O Exterminador do Futuro

(1984), o andróide vivido por Arnold Schwarzenegger remove um globo ocular que acabara de ser destruído, atira a peça em uma pia e deixa no lugar apenas os circuitos eletrônicos, que esconde com óculos escuros.

Olhos biônicos ou retinas artificiais como as vistas em diversos filmes de ficção científica – Blade Runner (1982) é outro famoso exemplo – estão mais próximas de se tornarem realidade. O motivo é a conquista de um grupo de pesquisadores nos Estados Unidos, que desenvolveu uma câmera eletrônica que muito lembra o olho humano.

Todos os animais têm sistemas de captação de imagem curvos, mas os dispositivos artificiais, como câmeras digitais, empregam superfícies planas. No novo olho eletrônico a captação é feita por uma superfície curva, como a da retina. A novidade foi descrita em artigo na edição desta quinta-feira (7/8) da Nature.

Segundo a revista, o dispositivo simplificará os componentes ópticos usados em câmeras minúsculas e a abordagem de produção de superfícies eletrônicas curvas poderá ter implicações no desenvolvimento de próteses e de dispositivos de monitoramento biológico.

As tecnologias eletrônicas de captação de imagem existentes foram desenvolvidas para uso em materiais semicondutores rígidos, como folhas de vidro ou plástico, que são naturalmente planas. Há duas décadas que cientistas têm tentado desenvolver sistemas em superfícies curvas, mas sem sucesso.

John Rogers, da Universidade de Illinois, e colegas usaram materiais tradicionais de fabricação de sistemas optoeletrônicos em superfícies bidimensionais, mas com a adoção de designs incomuns, que tornaram possível que o dispositivo pudesse ser comprimido e esticado.

Ou seja, os pesquisadores mostraram que layouts planos podem ser transformados em formas curvas, as quais – no caso de sistemas de captação de imagem – permitem ângulos de visão maiores, dispositivos de tamanhos mais compactos e menos distorção nas imagens produzidas.

“Algumas das mais empolgantes áreas para aplicação no futuro envolvem a integração íntima de eletrônicos com o corpo humano, de modos inconcebíveis com as tecnologias atuais. Estamos trabalhando ativamente para explorar possibilidades em monitores de saúde, dispositivos protéticos e sistemas terapêuticos”, disse Rogers.

O artigo A hemispherical electronic eye camera based on compressible silicon optoelectronics, de John Rogers e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

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